NOVA DATA 14 A 16 DE MAIO 2021 - PELOTAS RS

FÓRUM INTERNACIONAL O ARROZ NA SEGURANÇA ALIMENTAR DISCUTE EXPORTAÇÃO E LOGÍSTICA NOS PAINÉIS FINAIS

No último dia do Fórum Internacional: o Arroz na Segurança Alimentar, nesta quinta-feira (8), os debates concentraram-se nos temas relativos à exportação, infraestrutura e logística.  O evento, que integrou a programação da quarta edição da Expoarroz, que ocorre no Centro de Eventos de Pelotas/RS até esta sexta, 8 de maio, reuniu especialistas, produtores, representantes de órgãos públicos, instituições e empresas em três dias de discussões sobre a cadeia produtiva do arroz, desde a lavoura até a chegada do alimento na mesa do consumidor.

Perspectivas de Exportações do Bloco foi o quinto painel do evento, no início da tarde desta quinta-feira (8). Palestrantes e debatedores foram unânimes em ressaltar a importância do diferencial da qualidade do arroz produzido no Rio Grande do Sul e nos países do Mercosul como fator determinante para a manutenção da condição privilegiada diante do mercado internacional.

Qualidade do arroz é fundamental para garantia de mercado comprador, disse Gastaud

A palestra ficou a cargo do presidente da entidade representativa da indústria do arroz do Uruguai, a Gremial de Molinos Arroceros, Renato Soares Gastaud, com moderação do diretor técnico da Expoarroz, Rubens Silveira.  Segundo o industrial, o volume de exportação do mercado orizícola do Mercado Comum do Sul deverá ser pouco superior ao dos últimos três anos. Atualmente,  10% do arroz comercializado no mundo tem como origem o Mercosul, mas há um movimento de redução dos preços que envolve as commodities de modo geral.  ‘Este não será um ano muito atípico em termos de volume, mas bastante mais complexo em termos de liquidez. Temos de continuar defendendo o aspecto qualidade, que é o que nos distingue. Temos nichos de mercado que pagarão por nosso produto e isto nos  permite competir com a Ásia’, avalia Gastaud.

Cartão de visita – Este também foi o alerta do diretor comercial do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata. ‘O cartão de visita do arroz brasileiro no mercado exportador é a qualidade”, afirmou Barata. O custo de produção continua sendo barreira para potencializar esta posição, na avaliação do diretor comercial do Irga. “O Brasil tem de fidelizar seus clientes, pois o custo de produção retira produtividade”, ressaltou.

A produção orizícola gaúcha cresceu em 2014, chegando a 8,5 milhões de toneladas, e o volume de exportações atingiu 1,2 milhão de tonelada. A previsão de exportações para 2015 deve ficar em torno deste número, apesar de todas as dificuldades propiciadas pela concorrência com a soja, segundo o diretor do Irga. “Os produtores brasileiros são extremamente eficientes, em especial os gaúchos. Se fossemos um país seríamos líderes de mercado. No entanto,  os problemas da cadeia são externos ao produtor. São temas que o homem do campo não tem capacidade de intervir, como a questão logística e a carga tributária. Depende de o governo reconhecer a importância econômica e social da atividade e tratar com carinho as demandas do setor”, enfatizou.

Excesso – As dificuldades do mercado internacional para o arroz do Mercado Comum do Sul também foram avaliadas pelo representante da consultoria Rice Marketing Technology, Dwight Robert, um dos debatedores do painel. O estadunidense natural de Houston, Texas, avalia o ano de 2015 como bastante complicado para o produtor voltado ao comércio exterior. “Os preços estão muito baixos em todas as Américas, especialmente no Mercosul e Estados Unidos. Há excesso de arroz no mercado e a concorrência com os países asiáticos, que possuem políticas protecionistas, atrapalha mais ainda”, avaliou. A acomodação do cenário internacional levará ainda algum tempo, na análise do consultor. Também participou como debatedor o representante da Confederación de Molinos Arroceros del Mercosur (Conmasur) , Elio Coradini.

Logística – O painel que encerrou o Fórum Internacional: O arroz na Segurança Alimentar tratou da questão que preocupa o orizicultor no final do processo de produção: a logística de transporte e condução do arroz ao mercado consumidor, seja nacional ou internacional. Com o título Infraestrutura e Logística: Reflexos na Competitividade do Arroz, o debate reuniu o superintendente do porto de Rio Grande, Janir Branco, e agentes públicos como o diretor técnico do porto, Darci Tartari; o diretor técnico e comercial da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), Lúcio do Prado Nunes; e o superintendente do Porto de Pelotas, Claudio Oliveira. Como debatedores, participaram o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, e representantes do Sindicato da Indústria do Arroz do Rio Grande do Sul, Elton Doeler; da Associação Brasileira das Indústrias de Arroz Parboilizado (Abiap), Marinho Pegorer; Fernando Fuscaldo, da Tranship, e Matheus Pinto, da Louis Dreyfrus.

Superitendente do Porto de Rio Grande, Janir Branco, foi palestrante

“O Porto do Rio Grande já identificou o arroz como um dos principais produtos para aprimorar a movimentação portuária. Também estamos trabalhando diretamente interligados com o Porto de Pelotas para melhorar essa logística”, afirmou o superintendente do Porto de Rio Grande. Janir Branco garantiu aos produtores e exportadores que o governo do Estado está empenhado em atender as demandas de melhorias na infraestrutura portuária e na oferta de serviço apresentadas pelo setor arrozeiro.

Facilitador – “A obra de modernização do cais do Porto Novo permitirá maior segurança para a operação e viabilizará ingresso de navios de maior porte”, garantiu o diretor técnico Darci Tartari, enquanto o diretor de infraestrutura, Paulo Somensi, salientou o interesse do Porto em ser facilitador das cadeias produtivas. Já o diretor técnico comercial da Cesa, Lúcio do Prado Nunes, salientou a importância estratégica da unidade da companhia em Rio Grande, e a disposição em “retomar o relacionamento com o setor de produção”.

Entre as questões colocadas em debate pelos representantes dos produtores e das empresas exportadoras, estão a falta de estrutura do porto para receber a produção crescente de arroz e os custos de operação, assim como a ausência de planejamento no setor logístico e a primazia do transporte rodoviário sobre a utilização de ferrovias e outros modais. “Temos 800 quilômetros de uma ponta a outra do Rio Grande e ficamos reféns das rodovias e seus altos custos”, criticou Mário Pegorer, da Abiarroz. “Quem efetivamente paga hoje o preço pela qualificação da armazenagem é o produtor”, ressaltou o dirigente da Federarroz, Henrique Dornelles.

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Fonte: Reverso Comunicação Integrada

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