NOVA DATA 14 A 16 DE MAIO 2021 - PELOTAS RS

SEGUNDO DIA DE EXPOARROZ BASTANTE MOVIMENTADO

n/dA movimentação nos pavilhões do Centro de Eventos iniciou cedo. Compradores de diversos países participaram da 4ª Rodada de negócios que superou as expectativas durante o dia onde foram realizadas cerca de 240 reuniões durante esta quarta-feira (17). No auditório, o tema Tecnologias de Produção reuniu estudantes, produtores, técnicos, pesquisadores e curiosos durante todo o dia. O painel Água Para Irrigação e Usos Múltiplos abordou a Política Nacional de Irrigação. Entre os debatedores, o diretor de Irrigação da Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Paulo Paim, destacou o Plano Diretor de Irrigação no Contexto de Usos Múltiplos da Água para o Rio Grande do Sul (Piuma – RS), que tem como um de seus objetivos estabelecer parâmetros e diretrizes para expansão da agricultura irrigada. “Precisamos de menos diagnóstico e de mais acordo. O Estado necessita ter um programa de informação sistemática”, apontou.

Em seguida, o painelista Reimar Carlesso, pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), defendeu: “precisamos integrar as ações de todas as secretarias para que a gente avance de uma maneira organizada e atenda as necessidades do setor produtivo. Para o melhor aproveitamento do sistema de irrigação é preciso que o produtor seja capacitado; treinado para este trabalho”, afirmando que o Estado deve passar um pouco a responsabilidade para o produtor. “Falta distribuir energia elétrica, qualificar os técnicos e auxiliar os produtores. Assim, vamos avançar mais rapidamente a irrigaçao no Estado”, alegou.

Representando o Secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, o Secretário Adjunto da secretaria, Cláudio Fioreze, ressaltou a importância da sustentabilidade. “Não jogar lixo no chão é ética”, colocou. Fioreze falou sobre o projeto Mais Água Mais Renda e também destacou o benefício da produção de milho para a economia do Rio Grande do Sul. Depois dele, o engenheiro agrônomo e pesquisador na área de fertilidade de solos do Irga, Sérgio Gindri, abordou o arroz e as novas alternativas de culturas. “Queremos ter alternativas de agricultura irrigada na metade sul para que o produtor possa optar em que cultura investir, não tenha apenas o arroz, que é o nosso carro-chefe, como opção. Nós ficamos muito vinculados com a produção do arroz e não aprendemos a trabalhar com outras culturas”, explicou. Sobre irrigação, o engenheiro agrônomo, Luis Antonio de Leon Valente, reiterou durante o debate a importância do trabalho em conjunto: “a irrigação sozinha não é nada.”

Na parte da tarde, o painel sobre Rotação de Culturas e Integração de Lavoura Pecuária abordou o assunto Diversificação da Renda com foco em soja, milho, arroz, integração lavoura-pecuária e solos. O engenheiro agrônomo e pesquisador do Irga, Anderson Vedelago, destacou a diversificação de renda na propriedade arrozeira, salientando que a região vive um momento de alto potencial de rendimento com estabilidade. Abordando a soja, ele alertou: “um dos pontos mais importantes do manejo da soja é dominar a drenagem e ter a possibilidade de irrigação. É preciso saber lidar com a falta e o excesso de irrigação.” E completou: “nós precisamos evoluir nas estratégias de adubação.”

Com enfoque no milho, o engenheiro agrônomo, Rodrigo Schoenfeld, falou sobre a evolução das exportações brasileiras do produto, entre 2008 e 2012. Apresentando potencialidades e desafios do milho, o palestrante ressaltou: “o milho é extremamente sensível ao excesso hídrico, mais sensível que a soja, por exemplo.” Quanto aos desafios, ele deu como exemplo a irrigação. Mas, segundo apontou, a metade sul possui grande possibilidade de irrigação devido a quantidade de água na região. Schoenfeld também acredita na diversificação de cultura como opção para o produtor.

Também dentro deste painel, o professor de agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Paulo Carvalho, abordou a integração lavoura-pecuária. Segundo afirmou, os sistemas integrados de produção agrícola e pecuária são caracterizados por serem planejados para explorar sinergismos e propriedades emergentes, frutos de interações nos compartimentos solo-planta-animal-atmosfera de áreas que integram atividades de produção agrícola e pecuária. “Estamos nos preparando a longo prazo para trazer alternativas sustentabilidade. A integração agropecuária está em um novo patamar de conhecimento, que preenche as expectativas de ser uma boa solução. Temos nela uma das boas opções que existem para suprir as novas demandas da agricultura e da pecuária nos próximos anos, e isso é reconhecimento a nível internacional”, destacou.

O professor do departamento de solos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), Ibanor Anghioni, falou sobre o assunto de sua área de atuação. “No momento em que são colocados resíduos no solo suas consequências desestabilizam o sistema. Passando a viver em um ambiente caótico, este sistema irá se reorganizar em outros níveis e o solo vai funcionar de formas diferentes”, alertou, reiterando: “podemos manejar o sistema, de forma que ele seja sustentável”. Anghioni ainda salientou que é preciso enxergar indicadores dos solos, mas, também, as relações entre eles. E revelou: “o segredo do plantio direto, com rotação de culturas, é o acúmulo de resíduos.”

Após as apresentações, por volta de 18h, iniciou no auditório a palestra Tecnologia de Mecanização e Agricultura de Precisão, com moderação de Rubens Silva, membro da comissão organizadora da Expoarroz, e painéis do consultor de empresas, Amílcar Centeno, e do gerente de vendas da John Deere Brasil, Darci Gzeria.

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