Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (16), os pavilhões do Centro de Eventos de Pelotas já começaram receber os participantes do Fórum Internacional O arroz na segurança alimentar que iniciou às 10h com o primeiro painel de uma série de dez que acontecerá até quinta-feira. Neste primeiro dia foram três painéis antes da abertura oficial que aconteceu às 19h com presença de diversas autoridades.
Dentro do tema Segurança Alimentar e Inovação, com moderação de Mário Pegorer, da Guacira Alimentos. O engenheiro químico e pesquisador da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), Gilberto Amato, e o diretor de Acesso Global da PATH, Peiman Milani, abordaram assuntos sobre Novas Tecnologias para Arroz Beneficiado. Amato falou sobre as qualidades e vantagens do arroz parboilizado, destacando o seu crescimento no país – nas últimas três décadas teve aumento variando entre 4% e 25%. Milani trouxe para a mesa o assunto Vencendo a Fome Oculta: a Contribuição do Arroz. “Segurança alimentar é o estado existente quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico e econômico a uma alimentação que seja suficiente, segura e nutritiva”, afirmou no encontro.
O segundo painel iniciou às 14h, com o tema Modernização Industrial e Ampliação de Oportunidades de Consumo de Arroz. Moderado por Eduardo Coradini, o painel teve a palestra de Moacir Elias, coordenador do Laboratório de Pós-Colheita, Industrialização e Qualidade. “Estamos em um ponto de evolução muito bom, mas há o que corrigir. Na ciência há sempre uma lógica, a tecnologia é conjuntural. Para o produtor, o armazenista, o industrial e o comerciante, arroz é negócio. Para o consumidor, arroz é alimento. Ainda precisamos ajustar estes pontos”, afirma Elias. Gilberto Amato, Cientec, e Ariano Magalhães, Embrapa, foram os debatedores deste painel.
Ainda na tarde desta terça-feira, o painel Arroz na Segurança Alimentar Nutricional falou sobre assuntos Segurança Alimentar e Nutricional Para o Abastecimento Mundial e a Importância do Arroz. A líder da equipe de Produção Vegetal e Divisão de Proteção – Dpto. de Defesa do Consumidor, Agricultura e Alimentação da Organização das Nações Unidas Caterina Batello participou do painel, de Roma, na Itália, através de videoconferência. O Coordenador Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome, ministro Milton Rondó falou sobre a necessidade da qualidade na alimentação para doação. Segundo aponta, 300 mil toneladas de alimentos foram distribuídas, sendo 13% feijão, 20% milho e 67% arroz. Até o momento, pela lei, foram atendidos 36 países e estima-se que com as doações brasileiras cerca de dois milhões de pessoas serão alimentadas por um ano.
O ministro falou sobre o processo de calamidade e de possibilidades de paralisar este crescimento: começando através do apelo de sistemas humanitários, passando pela avaliação do Governo, pela mobilização de equipes e de aquisição de material, até a distribuição deste material, chegando a um melhor monitoramento das localidades beneficiadas.
O último painel teve os debatedores Milton Miguel Montaña, do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do RS, Eduardo Safons Soares, DIPAI da Conab, e Dr. Clênio Pillon, Chefe Geral da Embrapa.
Abertura oficial
Por volta de 19h houve a solenidade de abertura da Expoarroz, com o hino nacional. No palco, os anfitriões do evento, o presidente da Bolsa Continental de Mercadorias, entidade realizadora da Expoarroz, Gian Carlos Fernandez, os integrantes da comissão organizadora do evento, Fernando Estimaa e Rubens Silveira, o presidente do Comitê do Fórum Internacional “O Arroz na Segurança Alimentar” e presidente do Irga, Cláudio Pereira, o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Mário Pegorer, e o diretor-presidente da Damasceno Implementos Agrícolas, Valdemir Damasceno. Também está no palco o prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, o secretário de Estado de da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, representando o governador Tarso Genro e, ainda, o coordenador geral de ações de combate a fome do Ministério de Relações Exteriores, ministro Milton Randó. O deputado federal Fernando Marroni marcou presença, representando o presidente da Câmara de Deputados, junto com o presidente da Câmara Nacional do Arroz e diretor administrativo do Sistema Farsul, Francisco Lineu Schardong, o superintendente do SENAR, Gilmar Titibold, o vice-presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado do RS, Peri Francisco Esperoto Coelho, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clênio Pillon, o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do RS, Elton Heuler, o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz de Pelotas, Jairton Russo, o presidente da Associação Brasileira de Arroz Parboilizado, Marco Aurélio Magalhães, o presidente da Associação Rural de Pelotas, Rodrigo Costa, o presidente da Coperja, Vanir Zanata, representando o presidente da Fearroz, André Barreto, a gerente regional do Sebrae Rosani Boeira Ribeiro, o superintendente do porto de Rio Grande Dirceu Silva Lopes, diretor-presidente do Tecon Rio Grande S.A., Paulo Bertinetti, o presidente do Sicredi, Nilson Loeeck, o representante da John Deere, Alex Vasconcelos, Hedge Brasil Rice Plataform da Louis Dreifus Comoditis, Matheus Pereira Pinto e, finalizando os membros presentes na abertura, os diretores da Fertiliznte Piratini, Mário Daros e Claudino Santos.
Em pronunciamento, Fernando Estima destacou: “estamos conseguindo trazer mais expositores e mais investimentos a cada edição. Não há evento que sobreviva sem aqueles que acreditam. Nós não estamos construindo apenas uma feira, nós queremos construir uma região onde o agronegócio tenha um papel mais forte e Pelotas tem esse potencial, dependendo do que nós conseguirmos realizar aqui”. O prefeito Eduardo Leite enfatizou que há desafios a serem superado e que e a responsabilidade do município para com o desenvolvimento do setor é grande. Mainardi destaca que o RS vive um ótimo momento no setor do agronegócio no Brasil. “Poucas vezes tivemos um momento tão propício. Nós vamos superar a safra 2010/2011. O Brasil deve crescer em até 3%. O RS vai crescer, pelo menos, 6%. E este crescimento se deve a dedicação ao setor agropecuário”, afirma. Não é a Ásia que carece de arroz, é a África. É pra lá que precisamos mirar. Mas nós precisamos ser mais competitivos. Que estes debates nos sirvam para adotar políticas que nos levem a sermos competitivos com a cultura do produto que menos circula no mundo – o arroz é de baixa comercialização no mundo inteiro”, apontou.
Segundo o representante do governador Tarso Genro, é preciso equilibrar oferta e procura. Ele enfatiza: “nós temos que compreender o arroz como uma totalidade, como uma cadeia produtiva. Se tratarmos dessa forma, iremos encontrar esta estabilidade. O arroz é um produto de baixo custo na mesa do trabalhador.” Após os pronunciamentos, o Hino Riograndense encerrou a solenidade. O prefeito Eduardo Leite, a vice-prefeita Paula Mascarenhas, o presidente do Irga Cláudio Pereira, o organizador da Expoarroz Fernando Estima e demais autoridades percorreram os corredores do Centro de Eventos, em visitação aos estandes da Expoarroz 2013.
