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ARROZ CHEGA A SUA MAIOR COTAÇÃO EM 2012

Mesmo que com menos força, as cotações do arroz em casca no Rio Grande do Sul mantiveram sua trajetória de alta, acumulando 2,42% de valorização até o dia 28 de maio, segundo o indicador de preços do arroz em casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&F-Bovespa. A saca de 50 quilos de arroz em casca (58×10), posta na indústria, foi cotada a R$ 28,38 nesta segunda-feira (28/5), o maior valor médio registrado no ano. As razões deste cenário são a baixa oferta do grão, pelos produtores, os baixos estoques nacionais, a redução da atratividade de importações em função da desvalorização do real frente ao dólar (que já passou a linha do R$ 2,00= US$ 1), e a manutenção das boas vendas externas (também em função do câmbio e da fidelização de clientes).

No mercado livre gaúcho, o preço referencial para o arroz 58×10 em casca (50kg) é R$ 27,50. O produto é mais valorizado (até R$ 29,00) quando colocado na indústria nas regiões portuárias e cercanias. As variedades nobres têm cotação média de R$ 31,00 no Litoral Norte e de R$ 28,00 em São Borja (60×8). Em Santa Catarina a cotação média está entre R$ 26,00 e R$ 26,50 dependendo do polo de produção e, no Mato Grosso, em R$ 27,00 para Sinop e Sorriso.

Ainda que o governo federal não venha cumprindo seu papel, com a “pixotada” nos valores referenciais dos contratos de opção que atrasou os leilões e o “milagre da multiplicação dos estoques” promovido pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) sem justificativa técnica divulgada, o mercado continua lendo um cenário de baixa oferta e demanda estável, o que mantém preços levemente aquecidos. Pela cotação do dólar desta segunda-feira, uma saca de arroz em casca no Rio Grande do Sul equivalia a US$ 14,32. Na média da semana anterior, o indicador Esalq apontava o referencial de R$ 28,29. A valorização da saca de arroz no Rio Grande do Sul, sobre o mesmo período do ano passado, beira os 50%.

O cenário de preços, agora, dependerá de o governo federal desenrolar suas ações, que estão limitadas aos leilões de troca para doações humanitárias. Apesar de um conjunto de medidas bem intencionadas já divulgadas, o MAPA, via Conab, não vem demonstrando operacionalidade. Nem mesmo para quitar os débitos que tem com operações ainda de 2011. Dois fatores que vêm afetando seriamente a credibilidade da Conab, já envolvida em escândalos de corrupção no passado recente, e agora não honrando seus compromissos com os produtores e mostrando-se completamente perdida com relação às estatísticas da lavoura arrozeira nacional ao longo dos últimos anos. Ainda não respingou, mas fatalmente estas “ações” respingarão no mercado. Mais cedo ou mais tarde.

CPI

Enquanto o governo federal “bate cabeça” para cumprir o seu papel frente à cadeia produtiva, a CPI do Arroz no Rio Grande do Sul apresentou um relatório considerado satisfatório pela cadeia produtiva, confirmando tudo aquilo que o setor já está cansado de saber. Mas, com um diferencial. Agora, os gargalos da orizicultura gaúcha (e nacional) chegaram à opinião pública e são de conhecimento dos políticos gaúchos. Com oito indicações (que passam pelo fim das assimetrias do Mercosul, das alíquotas do ICMS interestadual, fiscalização fitossanitária, tributação, entre outros), duas notícias crime contra a Conab e os bancos – pela venda casada de produtos para obtenção do crédito de custeio – , dois indiciamentos, a CPI do Arroz termina bem um processo que muitos julgavam terminar em pizza.

SAFRA

No Rio Grande do Sul o Irga deu a colheita por encerrada, divulgando uma safra de 7,7 milhões de toneladas de arroz, 14% menor do que no ciclo passado. Apesar da redução, esta é uma das quatro maiores safras da história da lavoura gaúcha. A produtividade caiu 2% e a área 12% no Rio Grande do Sul. No momento, a retração nas vendas de arroz também é bancada pela comercialização da soja, cultivada em várzea, cuja área vem aumentando como alternativa às lavouras arrozeiras gaúchas. A tecnologia de cultivo em microcamalhão é o diferencial, bem como as variedades mais tolerantes ao encharcamento. A expectativa é de que a área de soja em várzea aumente entre 10% e 15% na próxima safra, em razão dos bons resultados alcançados neste período. Vale lembrar que a estiagem favoreceu ao cultivo em condições de terras baixas.

INTERNACIONAL

O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), divulgou relatório esta semana com novas projeções da produção global de cereais. A produção mundial de arroz deve aumentar pelo terceiro ano consecutivo, atingindo novo recorde de 467 milhões de toneladas no próximo ano comercial. A estimativa do instituto, feita com base em uma perspectiva de clima favorável, representa uma taxa de crescimento anual de 1%.

Em 2011/2012, a produção global avançou 3,3%, para 462 milhões de toneladas, segundo o IGC.A área plantada com arroz deve crescer apenas marginalmente, para 160,7 milhões de hectares, enquanto que a produtividade deve ter crescimento modesto, de acordo com o Conselho.

De acordo com o IGC, o comércio global dos grãos em 2012 deve ter uma redução de 2 milhões de toneladas, ou quase 6%, em relação ao recorde do ano passado, 33,1 milhões de toneladas. O declínio se deve principalmente à diminuição das importações de países asiáticos, como Bangladesh e Indonésia, de 53% e 57%, respectivamente, para 700 mil e 1,2 milhão de toneladas.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica leve aquecimento nos preços médios, de R$ 56,00 para R$ 57,50 a saca de arroz beneficiado de 60 quilos, sem ICMS. A saca de arroz em casca de 50 quilos manteve-se com cotação estável em R$ 27,80 no Rio Grande do Sul. Entre os derivados, estabilidade. O canjicão, com média de R$ 34,80 por saca de 60 quilos, a quirera em R$ 29,00 e o farelo de arroz nos R$ 295,00 por tonelada FOB/RS.

Fonte: Revista Planeta Arroz

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