As diversas formas de utilização do arroz foram o tema do painel coordenado pela Embrapa Clima Temperado durante a manhã de ontem na Expoarroz. Na primeira metade, pesquisadores da Embrapa e da Universidade de Caxias do Sul falaram sobre as pesquisas na diversificação do uso do arroz na alimenação humana, animal e na fabricação de destilados e fermentados. Já na segunda parte, foram apresentados cases de empresas que utilizam com sucesso os subprodutos provenientes do arroz, como a Estância Guatambu e a Vinema Multioleos Vegetais.
A pesquisadora Ana Cristina Krolow, da Embrapa Clima Temperado, apresentou, durante sua fala, dados mostrando os produtos que mais despertam desejo no consumidor e os mercados em que a marca é mais levada em consideração pelos clientes. Nesta segunda categoria, o arroz lidera o ranking. “Se conseguirmos proporcionar a curiosidade do consumidor por meio de arroz aromatizado ou colorido, por exemplo, atingiremos maior número de clientes”, completou. Ana Cristina ainda apresentou outros produtos de alimentação humana tendo o arroz como principal componente, como bebidas, sorvetes e queijo.
José Schafhauser Junior, também pesquisador do Centro de Pesquisas Clima Temperado, abordou a utilização do arroz na alimentação animal e discorreu sobre a absorção dos alimentos pelos organismos desses animais. Já o professor do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas da UCS, Sérgio Echeverrigaray, falou sobre a utilização de arroz para fabricação de destilados e geração de bioenergia.
O médico veterinário Valter Pötter e o diretor da Vinema Multioleos Vegetais Ltda, Vilson Machado, foram os responsáveis por apresentar cases de experiências de produtos derivados do arroz em suas empresas, respectivamente Estância Guatambu e Vinema Multioleos Vegetais. No primeiro caso, foi abordada a utilização do arroz na alimentação animal, enquanto no segundo, foi apresentada a experiência com extração de álcool e óleo a partir do arroz e seus co-produtos.
Para o pesquisador da Embrapa Paulo Fagundes, a diversificação da utilização do arroz é uma demanda da cadeia produtiva, especialmente pelo excedente de produção apresentado na última safra, além de dar seguimento a discussões levantadas por associações de classe. Segundo ele, a ideia do painel foi apresentar o que está sendo feito na área de pesquisa de tipos de arroz e seus co-produtos. “A ideia era falar primeiro nas pesquisas na diversificação do uso do arroz, em substituição a outros grãos, agregando valor ao produto e, associado ao painel, apresentar estudos de caso para exemplificar as pesquisas”, disse.
Fagundes mostrou-se bastante entusiasmado com o sucesso do painel, que lotou o auditório 1 da Expoarroz, mesmo tendo sido realizado em horário em que as visitações aos estandes nem haviam sido abertas. “Acho que a aceitação foi muito boa, pelo interesse demonstrado pelo público durante e após as palestras. Foi uma boa troca de experiências entre pesquisadores, produtores e industriais”, concluiu.
