NOVA DATA 14 A 16 DE MAIO 2021 - PELOTAS RS

COM CHUVAS DA SEMANA PASSADA, PLANTIO FICOU EM 95%

As chuvas que ocorreram esparsamente no Rio Grande do Sul até o último sábado não permitiram um avanço mais significativo do plantio da lavoura de arroz, cuja proporção já chegou a 95,16% da área estimada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O instituto registra semeadura efetiva pouco acima da intenção de plantio na Zona Sul e em alguns municípios da Fronteira Oeste, ainda assim, estima que a superfície semeada no Rio Grande do Sul não deverá passar de 1,015 milhão de hectares. A intenção de plantio projetava 1,007 milhão, com queda de 71 mil hectares sobre a área plantada na temporada passada e 59 mil hectares a menos que a área colhida em 2017/18.

Maurício Miguel Fischer, diretor técnico do Irga, também espera um avanço da área cultivada com soja na várzea, que alcançou 283 mil hectares no ciclo passado e deve aproximar-se de 300 mil hectares. “Há uma tendência de aumento da área de soja em terras baixas, até em função da retração do espaço para o arroz e pela necessidade de limpar áreas com alta incidência de plantas invasoras resistentes a herbicidas”, explica. A rentabilidade também vem sendo um incentivo.

A Zona Sul já está em fase de conclusão do plantio, com apenas 10% realizado fora da melhor época de formação da lavoura. Na semana passada a região passou 1,5%, na prática, a área prevista como intenção de plantio, e registra 154.963 hectares plantados. A previsão era de 152.644 hectares, segundo pesquisa realizada em agosto. Ainda há raríssimas lavouras recebendo sementes, indicando uma área total de 153 e 154 mil hectares.

A Fronteira Oeste também está na reta final das operações de semeio. Já foram plantados 300.023 hectares (97,49%) de 307.762 previstos. Como alguns municípios passaram da intenção de plantio, a área deve aproximar-se de 310 mil hectares. Uma das causas é a recuperação do nível das barragens, que em algumas microrregiões estavam abaixo da média de água disponível para a irrigação. Nos dois casos não há grandes surpresas, considerando que a pesquisa de intenção foi realizada com os preços do arroz em R$ 38,00 a R$ 39,00 e a tomada de decisão aconteceu com as cotações na faixa de R$ 47,00 a R$ 48,00 na Zona Sul.

Atraso

Mais uma vez a Região Central gaúcha deve terminar o plantio mais tarde. É a mais atrasada em relação às demais regiões e está com 81,7% da intenção já alcançados, ou 113.182 hectares de 138.458 ha previstos. Quatro fatores interferem no atraso. O primeiro é a prática de preparar o solo e deixar brotarem as primeiras camadas do banco de sementes de arroz vermelho – resistente ou não a herbicidas – e outras plantas daninhas. Em geral, são de duas a três camadas que depois revolvidas ou dessecadas como estratégia para limpar a área e reduzir a competição com o arroz comercial. Agudo (44,9%), Dona Francisca (53,3%), Faxinal do Soturno (41,9%), Restinga Seca (66,1%) e São João do Polêsine (40,6%) estão entre os municípios com plantio mais atrasado.

A expectativa por enchentes entre outubro e o início de dezembro na região, que tem muitos rios e arroios, também faz com que tradicionalmente os produtores atrasem a semeadura. Por fim, as baixas temperaturas noturnas desta primavera são coadjuvantes da tomada de decisão. O frio tem atrasado a germinação até das invasoras, fazendo com que atrase o manejo do arroz daninho. O atraso na aquisição de alguns insumos, como do adubo, também tem sido evidenciado na região.

Como são áreas menores e há maior número de produtores, a expectativa é de que com tempo firme os cultivos sejam concluídos nos próximos 20 dias.

Fonte: Planeta Arroz

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